segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Eh, rapaz! Só eu morrendo que nem Jairzinho

Agora que o "príncipe"(como Jairzinho costumava me chamar quando nos encontrávamos e eu dava reciprocidade ao tratamento) foi queimar o rabo de palha dessa galera por outras bandas, o que não vai faltar é admirador. Quantas e quantas vezes não quiseram tirar o seu programa do ar. Mesmo nessa nova emissora na qual estava lotado ultimamente. 
Eu tive a honra de trabalhar com Jairzinho. Tive a honra de conseguir trazer de volta um "levanta a bola" para contracenar com ele. O "Zé Mané" que quando da minha entrada em estúdio com a sua transmissão ao vivo ouvia:
- Teu pai tá aqui Zé Mané - o "príncipe". Vocês não sabem o orgulho que tenho de ter tido a ideia do Zé Mané baseada, lógico, no inesquecível "Migué". De ter ido a Rua Portugal e, pessoalmente, ter tirado a foto do azulejo que compõe, hoje, o seu, infelizmente, antigo cenário. De ter convencido a 9D Studio a ceder aquela foto panorâmica que emoldurava nosso(não para todos) querido apresentador durante as tardes comerciais da nossa semana.
Quantas vezes não ouvi "qui pograminha chato desse homi", "rapá num sei pruquê num tira esse programa daí, Emerson", "O Jair não deve ter um programa, para o mesmo não sair completamente do ar vamos dar um quadro durante a programação".
Rapá!!! Digo eu! A verdade é que o Jair salvou muito diretor comercial de emissora de tv e rádio. Com a sua irreverência e sem papas na língua era odiado e amado na mesma velocidade e constância do ciclo diário do nosso planeta. Ah! Demitiu outros também. Abençoado, todos caiam ao seu redor. Falo dos maus. Tenho uma imagem que não sai da minha cabeça. Jair sentado à frente do presidente da emissora pegando um "puxão de orelha" por que tinha comparado a foto de uma deputada federal, mãe de um senador, a um E.T. que caíra do disco voador. Daquele tamaninho seus pés não alcançavam o chão, as perninhas balançavam inquietas como menino que fez traquinagem na escola e está esperando o diretor. Quando o "Príncipe" me olhou foi como chegasse um professor que poderia defendê-lo da peraltisse que cometera.
Eu, professor de Jairzinho, é até um pecado essa metáfora.
Quem nunca leu um texto meu, por favor não se perca. O ponto principal mesmo é o de testemunhar que todas as pessoas, independente de classe, cor ou preferência sexual já assistiu Jairzinho, ou melhor, foi assistido de alguma forma por ele. Com consultas e cadeiras de roda, por exemplo de coragem, de loucura, de bobagem, mas ao meu ver, principalmente de perseverança. Ontem me encontrei com Keith Almeida e Oswaldo Maia em um supermercado e ouvi depoimentos incríveis. Oswaldo me confidenciou que assistia criança ao programa de Jairzinho na TV Ribamar (se ele não se engana) quando da sua chegada à São Luís.
Perseverança!! Entendem agora. Oswaldo Maia tem seus quase cinquenta anos. O que nos dá uma noção do tempo de carreira de Jair.
Nos seus causos o "príncipe" dizia que veio um diretor da Globo ao Maranhão saber quem era o único apresentador do Brasil que desbancava a Xuxa no horário matinal. Eu brincando perguntava quem era esse apresentador( "perguntava", pois ele deve ter me contado essa estória... ow! Desculpa, príncipe... História umas... sei lá quantas vezes)
Jair respondia: - Ora quem! Eu, príncipe! Só eu e Pelé fizemos a Xuxa piar.
Jair deixou órfãos muitos técnicos de tv, muitos profissionais de jornalismo, muitos donos de televisão... mas principalmente, Oliveira, seu fiel escudeiro. A mão que aparecia entregando o celular, entregando os jornais, algum recado...
Lembrando bem, já são dois ícones da televisão maranhense que essa emissora caçula enterra. O que poderia ser interpretado de forma pejorativa, não é nada, senão, respeito de continuar com profissionais que tanto significam e significaram nesse cenário.
Mas fica o alerta: CUIDADO, AMÉRICO AZEVEDO NETO! LARGA ESSA IDEIA BESTA! (rs)

Pois é. Mas chegou a hora do Príncipe desencarnar... ou melhor, desencanar... ou não! Sabe-se lá o que Jairzinho vai aprontar pelas bandas de lá. Sabe-se lá se o alcance das ondas de rádio-transmissão não são ilimitadamente maiores do lado de lá. Sabe-se lá se já não tem um estúdio prontinho numa nuvem bem bacana pro príncipe aprontar das dele. Mas um pensamento vem muito à minha cabeça. Se eu conheço Jair e ele já fez a ponte com o "coisa-rúim", tenho pena dos "rabopreso", pois é agora mesmo que a palha vai queimar!

"Manda quem pode, obedece quem tem o rabo preso"

TROQUEI O JORNALISMO POR STREEP TEASE - NÃO PERCAM!!!

Quando comecei a estudar jornalismo vi o quanto tinha acertado em minha vocação. Nunca gostei de fixar "moradia" quando se trata de conhecimento. Lembro de quando tive consciência desse trânsito de experiência que a profissão poderia me conceder, ainda mais na função de repórter. Escrevi numa folha de caderno, que comprara como se eu fosse ao encontro do primeiro ano do segundo grau no Santa Teresa, um pensamento que ainda hoje me faz pensar na profissão:

"Não posso me dar ao luxo de pertencer a apenas um segmento da sociedade - vou ser jornalista". Emerson Ferreira. 2004

Pois é! JORNALISTA! Uma profissão, hoje, meio deturpada, confusa. Às vezes inerte, por muitas das vezes intérprete, mas não intérprete da realidade como deveria ser. Intérprete da vontade menor, mas que se torna maior diante de tanta desunião de classe, flagelo de vocação e coesa desinformação. 
Vocação por muitas décadas, o jornalismo, que era exercido sem precisar de um diploma, era na verdade exercido, por paixão, por convicção, por loucura, por status, mas principalmente por amor à profissão. Hoje, arrisco-me a afirmar que em alguns casos é o próprio "diploma" "quem" deturpa a profissão. "Eu sou jornalista formado, tenho diploma..." O diploma se torna personificação do talento e do próprio profissional, por isso o "quem".
Quantos depoimentos nos mostram as mãos sujas de tinta na própria adolescência, antes mesmo de sonhar em bater uma tecla da velha máquina de escrever. Mas pensando bem, o diploma pode apenas deslumbrar o estudante, o foca. O que deturpa mesmo a profissão é sua própria realidade, seu presente, seu ausente...
Eu que sonhei com os rumos que a profissão daria à minha vida, por tantos caminhos percorri que, acebei, hoje, produtor audiovisual. Se é pra seguir roteiro, ao invés de pauta, vou logo assinar como tal - produtor audiovisual. Acho que esse trecho que acabei de escrever dá até marchinha de carnaval. Ih! Continuou rimando. Mau presságio.
Se é para fazer propaganda velada com matérias jornalísticas. Se é para ditar tendências com vt's de pesquisa. Nossa! Toda vez que sai uma novidade no Jornal Hoje é gente chupando acerola, tomando soro de leite pra memória, comendo soja... E o pior, o que fazia bem há um ano, no outro é prejudicial à saúde. Vai te FU... Desculpem!
Mas é foda! 
Por isso a partir de hoje sou comunicólogo. O que vier eu estou encarando:
Roteiro para documentários, roteiro para vt's publicitários (criação e desenvolvimento)
Apresentação de programas de governo ( municipal e estadual)
Reportagens freelancer
Videos Institucionais
Direção de arte
Direção de cena
Direção de estúdio...
Só não... Streep tease. 
Aí é mais caro, meu cumpadi!
Era só pra prender a atenção de vocês.
Um abraço!